26.2.09

não te mexas
desenho o sulco da carótida
a curva das pálpebras
abstraio-me no fluxo do plasma
reverberam tímpanos transcorro ventos
atravessam-me areias como setas
sou o caos logo depois o botaréu
como ser para lá da linguagem que me conforma
sobram papéis ausências como andaimes
sintomas do livre exercício
um ermo lugar esse que me destino

não te mexas.

9 comentários:

Anónimo disse...

vais sempre muito além da linguagem que me conforma...
magnifico

beijinhos
susana

AnaMar (pseudónimo) disse...

Fascinante.
A magia que precisava para energizar o meu dia.

José Manuel Vilhena disse...

Continua a ser-me extraordinariamente gratificante cada vez que me demoro um pouco por cá!

MaRio Rafael disse...

A impressão que tive é de algo sureal, leve e extremamente expressivo, mas como se tudo que é dito na verdade não se ouve, não consigo explicar muito o que me passou, talves seja pelo fato de ter me passado mais sentimento e energia do que ideia sobre o que realmente é. Em suma: achei extraordinario...
Voltarei outras vezes.
Abraços.

Toutinegra Futurista disse...

Fantásticos textos. Quadros.
Abraço

O Puma disse...

E assim fico

quedo

Pedro S. Martins disse...

Blue,

Recuo até à minha infância. Avanço até um dia qualquer. Tudo pela mão da tua escrita.

Viajante de emoções.

Bandida disse...

que poema fantástico!!


ó blue, é lindo!


beijos

Laura Ferreira disse...

Sim, eu fiquei sem me mexer enquanto lia... como se cada pessoa que lesse pudesse ser desenhada.

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