19.7.07


descrevo fissuras de natureza inquieta
com um olhar de grafite
a curva que diverge dos rumores complacentes e que enegrece
a face das palavras

e estendo-me imóvel na margem seca de argila
na borda-de-água vertebral e granítica
imaginando-te estendido no calhau rolado da calçada
na sombra íngreme dos corvos
na luz parda dos arenitos

(e quero ver-te riscar cidades como desfiladeiros metálicos
naves absurdas cerzidas por palavras desenhadas)

no infinito.


(c) pedro morais

11 comentários:

Scarlata disse...

Que dizer? E' bom. ;)

-pirata-vermelho- disse...

Ilustração...

Natália Nunes disse...

Seu texto me levou em nave absurda para um vão surreal.

Muito bom.

Mar Arável disse...

BELO - SIMPLESMENTE

P disse...

Post, mais um, admirável.

hfm disse...

infinitos.

Klatuu o embuçado disse...

Belíssimo poema.

Carlos Ramos disse...

Palavras bem desenhadas e composições que as merecem.

Beijo

Anónimo disse...

já sou fã de pedro morais...

há algum site ou blog deste senhor?

blue disse...

:)
gustavo sampaio: os dois primeiros links da coluna da direita são do pedro morais!

Anónimo disse...

obrigado!

;)

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