17.6.07


(técnica mista sobre papel, 1985)

cobre-me uma ansiedade errónea
ignoro que laço me sustentará o corpo devoluto

tu vês-me como um estranho amplexo de palavras perdidas
caixilho de palavras amputadas e esgotadas
onde se reflectem inefáveis contratempos
vozes soltas, dispersas como a folhagem primaveril que nos ensombra
enredadas na ausência do vapor solar
do sopro ensandecido que varre o canal até ao cais de pedra
onde te amarraste, indolente.

eu sou, de facto, esse estranho nó que usaste para ficares
a manhã não é rósea, não respira
e ignoro que laço me sustentará o corpo devoluto.

8 comentários:

hfm disse...

e se calhar ainda bem que o ignoras...

Bandida disse...

as amarras soltam-se com os sopros do tempo.

escreves bem. desenhas bem.

quem és tu?!... existes?!...


beijo


B.
________________________

isabel mendes ferreira disse...

incrível nó.



_____________

boa noite Blue.


Obrigada.

Anónimo disse...

estranhos laços nos sustentam

Isabel Victor disse...

"a manhã não é rósea, não respira"

belíssimo ...

um beijo anilado de madrugada

B*

i
s
a
b
e
l

o alquimista disse...

Os pasteis sempre meencantaram, é uma técnica que gosto particurarente de executar...sou professor de artes e o teu espaço é para mim um cantinho de inigualável frescura...


Doce beijo

blue disse...

hmf
bandida
isabel
ana
isabel victor
alquimista

obrigada.

Anónimo disse...

laços
nós
laços

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