galgar o céu de vinil até ao outro lado da estação
como se numa noite de inverno
pudesse transpor detritos bilhetes taras perdidas
as folhas dos jornais do arvoredo do Parque
as paredes carcomidas por cartazes e grafitos
agarrar-me ao cabo do guarda-chuva equilibrar-me no balanço das varetas
seguir pelo centro do asfalto o risco a corda bamba
e segurar-me às abas do sobretudo que as tuas mãos teimam em desapertar
como uma vela uma modalidade radical
o corpo engolfado a camisa desabotoada o gancho que se solta do cabelo
o chapéu os gomos da saia o cachecol
as pálpebras que enegreço
os dias antes do equinócio.
18.2.09
Posted by blue at 11:25 da tarde
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10 comentários:
O detalhe das tuas palavras, suga-nos. Sentem-se as cores,o movimento. Belo. Como sempre.
tem movimento. gostei muito muito.
beijo grande
blue, espero ansiosamente todos os dias pelas suas palavras...para quando um livro?
Susana
No centro do asfalto
o equinócio
que solta os cabelos
Belo texto poético
como sempre
Bom blog
Belíssimo, com sempre!
Ai o livro!!!... sim, para quando?
beijo
marisa
por falar em livro... não estará por acaso este poema relacionado com um determinado livro? :D
Galguemos o mundo.
...um guarda-chuva para dois e um sobretudo habilmente desabotoado.
Lembrei-me tanto de uma música, com estas tuas palavras...
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