28.7.08
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blue
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10:19 da tarde
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22.7.08
21.7.08
finjo que não te ouço
como se a indolência da canícula pudesse desarticular-se
da frescura do tijolo burro das almofadas de linho grosso cheias de palha
dos escaravelhos vermelhos que sacudo da cadeira onde me sento
enquanto sardaniscas percorrem a cal que se esboroa nos muros
lá fora arde o asfalto consomem-se homens bosques mato palavras
não é hora de te falar da mulher que disse
apaziguando os que a escolheram para a desejada liderança
servindo a misogenia da oposição que acorreu a falar da 'senhora'
estou cansada de mulheres como esta estou farta de homens assim
continuo em silêncio não ouço os tiros no bairro da fonte o panfleto da estação
finjo que ensurdeço que não sei de que matéria se faz a cidade
há descontos no hipermercado crédito na loja de electrodomésticos
deputados no parlamento saldos na zara
arrecadas feiras arraiais concertos festivais e tu
falas-me do desassossego como se a grafia das suas artérias pudesse ligar-nos
como se a indolência da canícula pudesse desarticular-se
da frescura do tijolo burro das almofadas de linho grosso cheias de palha
falas-me do desassossego do plasma
meus são os olhos que se desviam para os teus
encosto a cabeça no teu peito e por momentos
nele ouço apenas grilos e cigarras.
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blue
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10:02 da tarde
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20.7.08
16.7.08
15.7.08
nota: de forma inconsciente, mas reconhecível após re-leitura,
o mote deste texto encontrava-se nas palavras do Eduardo, aqui.
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blue
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5:31 da tarde
14.7.08
ligo o i-pod-shuffle apetece-me dizê-lo assim
é como se entrasse numa cápsula de silêncio
para sentir o coração aos solavancos
o peito desabotoado os sons pulsando nas artérias
uma brisa na sombra do estio um pinhal
perder-me nas dunas brancas varridas por nuvens
as tuas mãos levo-as à face
como o sargaço sabem a sal
a mar.
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blue
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11:49 da tarde
5
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10.7.08
9.7.08
levantas-me o rosto estreitas-me os pulsos
o olhar demora-se no plano exterior da janela ao longe na rua acendem-se luzes
arrumo a cama o quarto as malas movimento-me como uma fissura
é difícil fazê-lo se me reténs a cintura para dizeres
que te lembro um crepúsculo de têmpera
terra de siena queimada azul da prússia rosa cal
tonalidades recorrentes dizes
o crayon khôl
os lábios vermelhos.
pela noite preferes a pele de giz onde segues a linha das clavículas
a curva dos ombros o arco do tórax o peso das nádegas
as artérias azuladas onde é possível medir o pulsar do coração.
(nota: de forma inconsciente, mas reconhecível após re-leitura,
o mote encontrava-se nas palavras do Eduardo, aqui)
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blue
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7:19 da tarde
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