15.2.07

é fácil imaginar-te
um anjo de asas erectas e olhar de pássaro entristecido,
olhar de ave tomado pela morte rapina,
aí, quedo na colina serena e crua do tempo
que já não existe.

é fácil saber que me observas,
qual fuste branco de cal viva,
preso pela minha memória,
à espera que esta se imobilize, envelhecida,
e te permita, enfim, repousar
sobre o esquecimento merecido.

não é fácil, porém, esquecer
(perdoar)
o movimento rasante dos teus olhos sobre os meus,
sobre o abismo em mim mais temido

e a sede do teu corpo apagando, linha a linha,
o contorno dos meus dias.

3 comentários:

Anónimo disse...

os olhos da pele
desfazem-se em água
infundem sonho
sem fundo
as cinzas perfurarão a terra
(e densificam searas)
tudo se transforma
excepto a racio do 'ser'
indelével

Mariana

Anónimo disse...

continuas a enriquecer a minha alma com as tuas palavras, desenhos, pinturas.
tudo o que é belo enriquece-nos por dentro e ajuda à nossa evolução interior. mais um obrigada.
vivam os blogs que permitem conhecer, conhecer melhor...

Anónimo disse...

obrigada às duas.
os ecos têm sempre um reflexo.

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