porque se ligam as memórias
a imagens como esteios de granito
em sucalcos no meu corpo encravadas,
as palavras como o seio de uma linha de água
onde o olhar é o murmúrio que descobre a alma,
apontamento cartográfico para o rumo
do que se julgara perdido?
(e que seres em mim escondidos
despertaram a roda das infantas
que nunca de linho branco se vestiram e de flores
a cabeça ornaram
apesar do desejo, da vontade e das mágoas?)
que palavras foram essas
que albarroaram o teu coração,
alinhando, serenas,
a desconstrução das ausências previsíveis
e dos desamores vividos?
e se, em cada amanhecer imerecido,
colhesse os seus votos como orvalho,
ser-me-ia permitido escutar ainda
as palavras que não se dizem?
20.9.06
Posted by blue at 9:55 da tarde
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4 comentários:
escrito em 1998, para um conjunto de textos que tinham como título "imagens para as palavras indizíveis"
muito bonito. e as imagens do teu blog transmitem paz.
soube bem ouvir o teu belo poema com que
abres o teu blog....
as palavras ainda estão cá e renovam-se
sentidas,a cada momento sinceras...
nos amanheceres radiosos de luz,as sereias ouvem-nas
"as palavras indizíveis"!
é um texto com alguns anos. ainda bem que mantém sentido, ou melhor, ainda bem que pode ser sentido por outros que não apenas eu.
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