24.8.06

partirás

quando o verão passar,
sussurrando um ar quente sobre as vozes encerradas
no casco de registos alojado lá no fundo
desse olhar encoberto.

na cadeira de convés sobre a gravilha do quintal,
o corpo estirado na velha lona vestido de linho branco,
é compasso de um pensamento no abandono à luz esparsa e irrequieta
que as folhas do castanheiro derramam sobre o rosto,
as mãos.

e a impressão dessa dor de ontem, já morta,
sob a linha de diafragma de um beijo soprado
para o vulto que se ausenta da sua memória

é devolvida ao silêncio da tarde.

hoje, olhaste nos olhos dela.

3 comentários:

rosi disse...

lindo...

Anónimo disse...

ainda bem que gostas, não sei se já está acabado, há alguns detalhes que preciso de trabalhar.

rosi disse...

é a vantagem do blog. Podemos sempre fazer updates.
bjs

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