4.1.10

tento afastar-me iludir impressões químicas
um gesto atrás do outro uma pulsão sobre o diafragma

abro as mãos em concha sobre os olhos
coloco-as na extremidade do ouvido
uma corneta acústica para lá da massa da paisagem
determino depressões profundidades atmosféricas
emergindo de uma caixa cega onde reservo
pontos de fuga
poeiras que lembram o estio
socorrendo-me de palavras para um poema de ano novo
como quando dizes

o teu cabelo curto ao atravessares o bairro das oliveiras
o pano que cobre a tua pele o mar da palha.

4 comentários:

Laura Ferreira disse...

Lindo, Cláudia. Belíssima maneira de começar o ano!

CCF disse...

Sim...muito bonito! Já tinha saudades da tua poesia.
~CC~

ci disse...

venho ler mais uma vez para terminar o dia; porque hoje não houve "pontos de fuga" socorri-me da tua poesia. obrigado.

CNS disse...

A impressão, mas uma vez na tua poesia.

Um feliz 2010.

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