levantas-me o rosto estreitas-me os pulsos
o olhar demora-se no plano exterior da janela ao longe na rua acendem-se luzes
arrumo a cama o quarto as malas movimento-me como uma fissura
é difícil fazê-lo se me reténs a cintura para dizeres
que te lembro um crepúsculo de têmpera
terra de siena queimada azul da prússia rosa cal
tonalidades recorrentes dizes
o crayon khôl
os lábios vermelhos.
pela noite preferes a pele de giz onde segues a linha das clavículas
a curva dos ombros o arco do tórax o peso das nádegas
as artérias azuladas onde é possível medir o pulsar do coração.
(nota: de forma inconsciente, mas reconhecível após re-leitura,
o mote encontrava-se nas palavras do Eduardo, aqui)
9.7.08
Posted by blue at 7:19 da tarde
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11 comentários:
[...]se me reténs a cintura para dizeres
que te lembro um crepúsculo de têmpera
terra de siena queimada azul da prússia rosa cal[...]
Que lindo, para quando uma recolha da tua poesia? Gostava de ter. ;D
De facto gostei de descobrir a sua poesia. É diferente e ampla. A linguagem como que rodeia o poema para o alargar, aumenta de dentro para fora sem sair do seu limite. Acho que isto se baseia numa concisão subtil, baseada na indispensabilidade das imagens e conceitos e numa escrita rigorosa.
lindíssimo poema. uma melodia. sente-se o ritmo dentro do peito. como o coração que pulsa em todas as artérias dos teus versos.
corpo habitado de poesia... belo.
Wellcome back, Blue.
António
subscrevo o anónimo....
que saudade Blue..
de tudo.
beijo.
Lindíssimo poema.
poesia dos pés à cabeça. o corpo todo verseja e estende a rima ao corpo do outro. gostei, blue!
Belíssimo azul. Na tua luz azul.
linda de morrer, a última frase.
azul céu
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