29.10.07
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28.10.07
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8:45 da manhã
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24.10.07
© cj
quatro contas de somar
quatro contas de dividir
quatro contas de multiplicar
quatro contas de sumir
enumera a rapariguinha enquanto sobe os degraus de passo lento
na escadaria pombalina do velho hospital
uma cópia, uma redacção, palavras difíceis,
significados, ler para um ditado
mais uns degraus e ficam para trás os rostos dos beneméritos
que a observam recortados nas telas escuras
óleo de linhaça
óleo de fígado de bacalhau tapioca com canela sopas de vinho
retratos de homens pálidos e bem enfarpelados
entre os quais duas mulheres gordas e feias ganharam generoso lugar
seriam muito boas muito ricas
a geografia das terras de além-mar
as linhas do caminho-de-ferro, as serras mansas
mais uns degraus de testa arredondada onde arrasta a cauda do vestido
imaginado à medida do peso da mala onde guarda cadernos de papel
uma caneta parker preta e verde, o mata-borrão
seria de veludo negro e apagaria o que para trás ficava
mais uns degraus e entra no corredor de éter
onde mulheres de sapatilhas brancas transportam bandejas
as linhas de água, os rios, as províncias
as capitais de distrito
no jardim do convento que ao fundo do corredor
se observa da sacada encerrada
irmãs de são francisco parecem flutuar entre o buxo bem talhado
as roseiras, as begónias, as azáleas, as pequenas japoneiras
a mão corre a face da longa parede
conta as portas dos quartos particulares
opacas e silenciosas
desenha a casa a árvore as flores do sol as muralhas do castelo
a penha o pelourinho a caravela
abre-se a porta e o quarto tem duas camas e um berço vazio
uma das camas é articulada e na parede do fundo há uma outra sacada
é outono e os carvalhos, os castanheiros alumiam as vidraças.
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20.10.07
18.10.07
(caneta sobre papel, 2007)
é um rio de pedras o leito que o sustém
no embalo surdo de um beijo
é o silvo, é o bafo
é imprevidente desejo.
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10:23 da tarde
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16.10.07
© virgínio moutinho
um livro com imagens anamórficas editado pela Afrontamento e por O Fio de Ariana,
sobre o Mito do Labirinto e de Ariana e cujo tema é o da Metamorfose.
edição de 500 exemplares, numerados e assinados pelo autor.
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15.10.07
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6:55 da manhã
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a quem interesse:
o rosto assimétrico é comprido
a oval já em desalinho
a testa demasiado alta, franzida
o nariz grande e torto
os olhos de sobrancelhas desiguais
e olheiras que se afundam
em função do grau de intensidade
da inquietude desencontrada em que vivo.
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14.10.07
10.10.07
© F.
regresso na hora das empregadas da limpeza
dos serventes de trabalhos distantes
das enfermeiras, das balconistas
e, coberta por uma maquilhagem já poída, não distingo suores
humores fétidos, as roupas engelhadas das mulheres
as mãos sujas dos homens
enquanto o comboio atravessa, uma após outra sem paragem,
estações vazias para as quais não tem passageiros.
regresso na hora das horas exangues
mas tagarelam raparigas
calados os rostos deles contra a janela, eu escrevo
numa actividade lânguida mãos bordam panos de cozinha
toalhas de mesa de renda crescente
casaquinhos minúsculos para crianças ausentes
e o revisor contempla a linha que o devolverá a casa
e que avista pela porta entreaberta em cada estação vencida.
sabendo que me aguardas
no cais mal iluminado onde nos encontrámos, pergunto-me
se a carcassa desta máquina roufenha perder
o registo dos lugares que estruturam o seu percurso
e, por uma outra escuridão fora,
continuar infame liberta desvairada?
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9:34 da tarde
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4.10.07
© rosi (work in progress)
resguarda-se no reflexo da cidade sobre a montra do bar expresso
aquecendo as mãos na chávena escaldada enquanto
o rapaz desenha escamas de dinossáurio, centáureas azuis, açucenas, gramíneas
o plano onde se desfaz a bruma solar
o limite onde o amor do homem a sustém e contamina.
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1.10.07
(c) rosi
há uma casa de janelas fechadas
um quintal de cascalho
roseiras, hortênsias, hibiscos e orquídeas selvagens
caem frutos putrefactos
numa noite de outono.
posso sempre sair por essa porta
diz o homem
posso sempre desejar-te como um fragmento
ao ver-te passar por entre a revoada de folhas de choupo que o vento levanta
imaginar-te aí como um fotão posso sempre desejar-te
riscada sobre os papéis onde escrevo, impaciente
posso sempre desejar-te repito
posso sentir a tua pele na minha boca, luminescente
a pele dos teus seios, da curva dos antebraços
antes do lugar que articula o meu desejo
o cotovelo onde te agarro quando me desconheço
posso
sempre
desejar-te muito
a mulher cruza os braços
entra na casa de fôlego perdido, as janelas fechadas.
caem frutos putrefactos
numa noite de outono.
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11:28 da tarde
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