e, se me vires
saber-me-ás de arcabouço forte
cingido por laçadas de corpete assente sobre uma pele de cambraia fina
adivinhar-me-ás meias de seda enrugadas na dobra da liga
o vulto armado de negro merino
coberta a curva do pescoço, a linha do colo, a cintura roliça
cerrada a largura da anca
expostos que se encontram os ossos dos tornozelos, as mãos demasiado grandes
os pés arqueados.
e, se me vires
encontrar-me-ás de cabeça descoberta e cabelo desgrenhado
as faces demasiado pintadas, os lábios bem desenhados
dos lóbulos brancos pendentes filigranas, arestas perfumadas.
mas, se me olhares,
despido estará apenas este meu desencontrado
descarnado olhar.
8.6.07
Posted by blue at 1:08 da manhã
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7 comentários:
o mote está n'a natureza do mal:
aqui
e aqui
Eu que estou de fora imaginei que o mote poderia ter sido dado pelos quadros do Lautrec...
Muito bonito. ;-)
Blue.....
(um dia...o tempo mostrará o verdadeiro osso.)
___________________até logo.
obrigada.
(piano)
scarlata: começou por ser uma mulher quaker mas, a meio do caminho, perdeu-se...
viva, piano!
:)
belíssimas as tuas palavras num mar de desgrenhados cabelos.
beijo B.
B.
__________________________
Lindíssimo poema.
afinal ainda vejo outros mares desgrenhados.Belo
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