8.5.07


(caneta sobre papel, sem data)

quem me dera ser um rio
para poder acolher as tuas lágrimas
flores de lótus entrelaçadas
no curso sereno de todas as mortes que nos separam

quem me dera ser um rio
para assim me enebriar do teu corpo
erguido sob o voo dos corvos azulados
qual pira ardente turvando de vozes perdidas
o ventre de um céu adormecido

(e eu só queria ser um rio
e ser água apenas
para poder reflectir estrelas
antes sombras junto ao teu olhar agora inexistente)

mas eu não sei ser um rio

e o teu corpo é apenas
uma flor ensanguentada pela minha ausência

7 comentários:

blue disse...

poema de adriano para antínoo.

(as memórias de adriano, de marguerite yourcenar, um velho livro de cabeceira)

Bandida disse...

cabeceiras de poemas.

e assim descubro um magnífico canto.



B.
___________________________

Scarlata disse...

Muito bonito. Gostava de pendurar em casa esse desenho. ;-)

di disse...

Gostei muito deste espaço criativo que desde há muito procurava conhecer. Muitos parabéns pelas lindíssimas aguarelas, pelos desenhos e pelas fotos.Agora sei onde poderei descansar o olhar e dar prazer ao espírito.

isabel mendes ferreira disse...

belíssimo!!!!!

_______________________.enorme beijo.

Laura Ferreira disse...

que lindo, cláudia!

Luís disse...

Não há descanso para o olhar nos teus desenhos ou aguarelas

Arquivo do blogue

 
Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 Portugal License.