21.2.07

as estórias são assim, imprevisíveis.
assaltam de rompante os nossos dias, devorando os nossos passos,
arrombando o nosso olhar.
delas não se foge impunemente,
bem como não se participa nos seus movimentos
sem se ser embrulhado por riscos e perigos
e delas não se sai sem que novos sentimentos,
por vezes já tão velhos e tão usados,
vinquem corpo fora novas rugas,
escavadas a partir do fundo do coração,
do negro das nossas palavras,
da massa outrora informe da nossa alma.

outrora é sempre antes dessas estórias.
outrora é sempre para trás.

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