22.9.09

os quartos cheios e eu entalada por corredores de silêncio
tragada por mim própria insone

sem lugar outro para deambulações ou equívocos
sem interlocutor ou reflexo

escolho livros das estantes empilho-os junto ao sofá

caiem
durante a noite da mesa de cabeceira
pesam-me o sono o peito os bolsos a carteira

entopem passagens
inquieto-me
perpassam-me sombras de poemas
velozes como fotogramas

desenho
árvores de palavras
equações de sobressaltos

impeço-me de respirar.

3 comentários:

hfm disse...

Como gosto de te ler!

Anónimo disse...

Eu também: "como gosto de te ler!"
marisa

Filipa Júlio disse...

os quilómetros da insónia são completamente familiares. cada um equivale a um milhão de metros mal medidos.

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